Depois de 16 dias em Las Vegas, agora sim posso dizer que estou na cidade. Ontem a gente resolveu ir para a The Bank, boate do Hotel Bellagio, aquele onde foi filmado "11 Homens e Um Segredo". Se eu me impressionei ano passado com as baladas de Atlantic City, sem palavras para descrever essa. Como não levei câmera, busquei no Google uma foto para ilustrar:
O lugar nem é muito grande, mas lota! Chegamos cedo pra entrar de graça (pobreza né?) e não tinha quase ninguém, mas do nada apareceu muuuuuita gente. Aqui o esquema é o mesmo que em Atlantic City: não pode entrar sem sapato e camisa social. E o nivel social das pessoas também é altissimo. Isso se reflete nos preços. Seis dólares para guardar o casaco, 17 doletas por uma dose de whisky e por aí vai. Usando e abusando do jeitinho brasileiro, obvio que não gastamos tudo isso. No cassino dá pra você beber de graça, ou melhor, "de graça". É que é assim, enquanto você tá jogando nas máquinas, as Cocktail Waitress servem a bebida que você quiser de graça, só pelo fato de você está jogando. Isso não porque eles são bonzinhos, mas porque quanto mais você bebe, mais você joga. Só que, como parte da cultura (e da boa educação), você tem que dar uma gorgeta (1 dólar basta) para a garçonete. Isso significa que sua bebida que, dentro da boate, custa mais de 10 dólares, sai só por $1 quando você toma no cassino. Ou seja, nós bebemos antes de entrar e pronto, não gastamos um centavo lá dentro (exceto no lugar de guardar casaco, porque é impossível ficar segurando a noite inteira).
A música da boate merece destaque também. No início, só tocava hip hop. Achei que ia continuar nesse estilo, porque o que os americanos gostam mesmo são dessas músicas. Mas, do nada, mudaram para música pop. Depois rock. Depois eletrônico. E voltou pro hip hop. Pop de novo, rock again. Enfim, eles misturavam todos os estilos e foi muito legal. Tudo tocando a música original, sem versões remixadas toscas. Ouvi de tudo lá, desde a Festa no Apê que a Rihanna regravou (tocou umas 5 vezes, sem zuera) até Nirvana e Offspring. Isso passando por Britney Spears, Papa Roach, Chris Brown, Beyonce, Green Day, entre outros. Uma salada músical muito massa. Outra coisa legal da The Bank é que, do nada, começava a "nevar". Tipo, tinha uma chuva de espuma, que misturada com as luzes, dava um clima muito legal.
Na hora de ir embora, todo mundo morto de fome, não tivemos escolha a não ser passar no McDonald's. Como já eram 5h da manhã, eles estavam servindo o café da manhã, que, ao contrário do Brasil, é horrível aqui. Mas fazer o quê? Comemos e fomos pra casa (não sem antes correr atrás do ônibus, o que é praxe).
Hoje eu e o Rafael tinhamos uma entrevista na Adidas. Chegamos lá e surpresa! Era uma entrevista coletiva, com mais 3 americanos. E todos eles já estavam na segunda entrevista! Desanimei na hora né? É dificil competir com americano. Além do inglês dos caras ser impecável (jura?), nós estamos no país deles. Mas beleza, fomos lá pro fundo da loja, e começamos a conversar com o gerente. A entrevista foi bem informal, ele quis saber da nossa experiência de trabalho (eu, por exemplo, já trabalhei em duas lojas no Brasil AHUSHUASUASHU (6)) e sobre o que faziamos. Foi aí que a gente conquistou o cara. Enquanto os americanos respondiam super tímidos e baixinho, a gente falou super bem, contamos sobre o Brasil, falamos que queriamos muito trabalhar lá e que gostavamos muito da marca (o que não é mentira). Dai o cara disse que seria muito bom ter funcionários bilingues na loja, porque muitos brasileiros compravam lá. Hoje mesmo, por exemplo, tinha chegado um ônibus de brazucas nas outlets. A partir dai comecei a perceber que estamos a frente dos americanos. No fim, o cara mandou os três pra casa e disse que ia ligar e começou a mostrar a loja pra gente. Disse como era o trabalho lá, as funções, o que tinha que fazer e tal. Eu já tava me sentindo contratado, até que ele falou que nós tinhamos que passar por mais uma entrevista, desta vez com a diretora de contratação da loja. Ele disse que ela estava atrasada, mas que logo ia chegar, só que pra não nos deixar esperando, a gente podia ir embora que depois ela ligava pra marcar a entrevista. Só que a gente, já esperto com esses caras, falamos que iamos esperar lá nas Outlets mesmo e depois passavamos na loja pra conversar com ela. Demos umas voltas (cara, tem shorts na Oakley por 5 dolares!) e voltamos pra Adidas. Conversamos com a diretora e ela foi super legal. Perguntou até quando iamos ficar aqui e, ao contrario do que eu esperava, não achou a resposta ruim. Ela pediu pra gente voltar na quarta-feira para conversar certinho com ela. Estou com bastante esperança, foi o mais longe que já consegui chegar aqui. Espero que dê tudo certo, mas se não der, os planos de Durango, apesar de terem sido adiados, ainda estão de pé.
Torçam por mim ai,
Feliz Ano Novo!
Marcelo